Nove funerárias em Nilópolis, na Baixada Fluminense, entraram na Justiça contra a prefeitura pedindo a reabertura do Cemitério de Olinda, único da cidade, que não faz mais sepultamentos desde 10 de outubro.
Eles entraram na 1ª Vara Cível de Nilópolis com pedido de liminar para que o cemitério reabra e funcione normalmente. Circula na cidade boatos de que houve um sepultamento no último domingo a pedido de um vereador.
Os empresários alegam que, desde que o espaço de Olinda parou de enterrar, começaram a ter prejuízos.
“Mesquita ofereceu o cemitério, mas acabou ficando sobrecarregado com o fechamento de Olinda. Só posso sepultar em Olinda, no Jardim da Saudade, em Mesquita, e em Ricardo de Albuquerque, se a pessoa tiver jazigo perpétuo”, lamentou Romero Zander Guimarães, proprietário da Funerária Central de Nilópolis.
Com a migração do corpo para outras cidades, a funerária tem que cobrar mais. Por isso, parentes preferem fazer o funeral fora de Nilópolis, explicou Romero:
De acordo com o empresário, entre outubro e novembro sua empresa perdeu de dez a 15 funerais. Cada um sai em média R$ 1,5 mil. No inicio de novembro a funerária teria cinco funerais, devido a um acidente que vitimou pessoas de Nilópolis, mas elas acabaram sendo enterradas em Campo Grande.
Já o empresário Roberto Silva de Melo, da Funerária Jardim da Paz, ficou outubro inteiro sem realizar sepultamentos: “Tenho essa funerária aqui em Nilópolis há dez anos. Sempre fiz cerca de 12 funerais por mês. Em outubro, não fiz nenhum. Olinda fazia cerca de 88 por mês. Já tentei reunião com a secretária de Fazenda, mas ela não me atende.”
O advogado Gerson Serrano Filho, que representa as funerárias, diz que é dever do administrador manter os serviços públicos essenciais. O cemitério é um deles. Ele tem que providenciar a normalização, ressalta.
Exceção – No dia 30 de outubro, o corpo de uma senhora, moradora da cidade, foi sepultado no Cemitério de Olinda. Segundo informações, o funeral ocorreu por pedido de um vereador à secretária de Fazenda Sueli Barquete.
A Prefeitura de Nilópolis informou que desconhece o pedido do vereador e que, no último sábado, foi realizada uma exumação e, consequentemente, surgiu uma vaga, por isso Barquete autorizou que o enterro fosse realizado. Sobre o fim dos sepultamentos, a prefeitura informou que está aguardando a decisão da Justiça sobre a licitação proposta há um ano. Disse ainda que a Justiça tem que se posicionar para que o município possa agir.
Um processo de licitação foi aberto para escolher uma empresa para reformar o imóvel. Mas a juíza da 2ª Comarca de Nilópolis suspendeu a ação, afirmando que há indícios de que os serviços funerários e cemiteriais seriam concedidos em conjunto, limitando a participação de terceiros no procedimento licitatório.
Fonte: extra globo