Esse fato nos mostra, mais uma vez, a importância de um funeral ou uma despedida que finalize um ciclo
Já se passaram 11 anos desde que o Japão foi abalado por terremoto e tsunami devastadores que mataram quase 20 mil pessoas.
Milhares de outros ficaram feridos ou continuam desaparecidos até hoje. O tempo, entretanto, não esgotou a energia de Yasuo Takamatsu. O japonês, de 65 anos, ainda está procurando pelo corpo da sua esposa.
O tsunami ocorreu na costa leste do Japão em 11 de março de 2011, como consequência de um terremoto de magnitude 9,1. As maiores ondas superaram os 10 metros de altura, inundando uma área de 561 quilômetros quadrados.
Yuko Takamatsu, então com 47 anos, desapareceu em Onagawa, uma das áreas mais atingidas pelo desastre.
Yasuo passou dois anos procurando sua esposa em terra antes de voltar sua atenção para o mar em 2013, quando obteve uma licença de mergulho. Uma vez por semana ele mergulha a uma profundidade de 30 metros, buscando pistas sobre o paradeiro da mulher.
“Eu mergulho como se fosse encontrá-la em algum lugar”, disse ele.
Takamatsu e Yuko se conheciam havia 30 anos, após frequentarem uma cerimônia de casamento. A mulher se sentiu atraída por seu sorriso gentil e eles rapidamente ficaram amigos, se casaram e tiveram dois filhos. Após se aposentar da Força Aérea de Autodefesa do Japão, em 2010, Yasuo ficava em casa em Onagawa e todos os dias levava Yuko ao trabalho, em um banco.
No dia do terremoto, ele recebeu uma mensagem de Yuko no seu celular. “Você está bem? Eu quero ir para casa”, dizia o texto. Ao olhá-la, Yasuo se sentiu aliviado, acreditando que Yuko conseguiria fugir para um terreno mais alto. No entanto ela não apareceu mais. No dia seguinte, um conhecido contou que viu funcionários sendo arrastados pelo tsunami do telhado da filial.
Embora seu telefone celular tenha sido recuperado após o desastre, o corpo de Yuko nunca foi encontrado.
Fonte: Uol