Pelo menos 40 corpos foram encontrados nas margens do Rio Ganges, no norte da Índia, no fim de semana, segundo autoridades locais.
Mas o número pode passar de 100, segundo a mídia indiana, e pelo estado em que foram encontrados eles podem estar no rio há vários dias.
Ainda não está claro como os corpos chegaram ali, mas relatos indicam que eles podem ser vítimas de covid-19.
Os corpos foram encontrados perto da divisa dos Éstados de Uttar Pradesh, o mais populoso da Índia, e de Bihare agora serão enterrados ou cremados.
“Há uma possibilidade de que esses corpos tenham saído de Uttar Pradesh”, disse uma autoridade local, Ashok Kumar, que interrogou residentes da região.
Os corpos pareciam inchados e parcialmente queimados, e segundo a emissora NDTV, isso sugere que eles poderiam ter chegado ao rio como parte da prática em Uttar Pradesh de cremação de vítimas de coronavírus ao longo do Ganges.
Mas alguns moradores da região e jornalistas locais disseram que poderia haver outra explicação.
Segundo eles, a escassez de lenha para cremações e os custos crescentes associados aos funerais obrigaram algumas famílias a colocar os corpos de seus entes queridos que morreram de coronavírus diretamente no rio.
“Hospitais privados estão saqueando pessoas. Pessoas comuns estão ficando sem dinheiro para pagar um serviço religioso, por exemplo, e gastar mais na cremação na margem do rio“, disse a moradora Chandra Mohan.
“Eles estão pedindo cerca de US$ 27 (quase R$ 150) só para tirar o corpo da ambulância. O rio se tornou seu último recurso, então as pessoas estão afundando os corpos no rio.”
A maioria dos crematórios está sem espaço.
O caso surge em meio à segunda onda do vírus na Índia, que está devastando partes do país. As mortes aumentaram significativamente nas últimas semanas.
A Índia registra mais de 22,6 milhões de casos de coronavírus e 246.116 mortes relacionadas à covid, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins.
Mas os especialistas acreditam que o número real de mortos pode ser muito maior.
Segundo estimativa da Universidade de Washington (EUA), o total já pode chegar a 654 mil mortos.
Fonte: BBC