Sem ter onde armazenar o corpo, funcionários da funerária registraram um boletim de ocorrência. Somente no fim da noite o IML de Americana aceitou receber o homem.
O idoso de 79 anos morreu depois de ficar internado no Hospital Estadual de Sumaré. Uma funerária foi chamada para remover o corpo e levar até o necrotério da Prefeitura. Porém, ao chegar no local começou um impasse que só terminou horas depois.
Na declaração de óbito está a informação de que o idoso morreu vítima da Covid-19. A Vigilância Sanitária exige, em caso de mortes causadas por coronavirus, que o corpo seja levado pela funerária até o necrotério da cidade e na sequência sepultado, sem velório.
Porém, para liberar o corpo para o sepultamento era necessário que alguém da família fosse até Sumaré para registrar o óbito. Mas o idoso só tinha uma única parente, a ex-mulher que mora em Araçatuba. Procurada, ela informou que só conseguiria ir à cidade dali 4 dias.
Até a chegada dos familiares o corpo deveria permanecer no necrotério de Sumaré. Mas, cerca de 24 horas depois, o administrador do cemitério teria exigido que a funerária retirasse o corpo de lá, sem dar uma alternativa para onde ele deveria ser levado.
“O corpo teve que ser colocado dentro do carro funerário e ficou na porta da empresa. O IML não aceitou porque não trata-se de morte violenta. O município de residência dele, que é Nova Odessa, não tem necrotério, então não tínhamos como levar para lá. Só que ele faleceu na cidade de Sumaré. Por isso, ele foi levado ao necrotério municipal”, afirmou o representante da funerária.
Ele ainda afirmou ter tentado negociar com a administração do cemitério, mas não conseguiu. Por isso resolveu fazer um boletim de ocorrência e registrar a situação. “Informei tudo o que aconteceu, desde o início da manhã até hoje á noite”, disse.
Diante do problema, em deixar o corpo no carro por tanto tempo, o secretário de Saúde de Sumaré, resolveu levar o corpo para uma unidade UPA. “Não vamos deixar esse corpo na funerária porque também não tem espaço. Vamos levar para a UPA onde há uma geladeira até que a família chegue. Nos preparamos uma ala lá específica”, disse.
Ele reconheceu que houve uma falha de comunicação e que o município mesmo assim preferiu assumir a responsabilidade pelo corpo. “A gente vai averiguar porque soltaram esse corpo antes”, afirmou.
O secretário conseguiu uma autorização para encaminhar o corpo da UPA para o IML de Americana até que a família do idoso chegue a Sumaré.
Sobre a liberação do corpo o Hospital Estadual de Sumaré disse que segue protocolo da lei federal que impede que corpos de vítimas da covid-19 fiquem no local. A unidade informou que uma vizinha reconheceu o corpo e a família foi avisada. A unidade ainda reforçou que em casos como esse a responsabilidade é da Prefeitura.
Fonte: A cidadeon – com informações da EPTV