Vans escolares serão usadas para transportar corpos por Covid na cidade de SP

Com o aumento dos enterros, a Prefeitura de São Paulo contratou 50 carros particulares que serão adaptados para o Serviço Funerário

“São 50 veículos particulares dos tipos van, mini van ou furgão, com altura de até 2,51m e quatro veículos de passeio”, disse, em nota, a gestão municipal.

Alguns desses veículos particulares serão as vans escolares. Para a locação das 50 vans, foi contratada a Empresa Era Técnica Engenharia Construções e Serviços. A empresa, por sua vez, contratou alguns motoristas do transporte escolar que estavam parados com as aulas presenciais suspensas.

Eles irão adaptar o veículo, retirar os bancos e o adesivo amarelo que fica na lateral e o identifica como transporte escolar.

Nesta semana, os 50 motoristas estão passando por treinamentos. A procura foi três vezes maior que o número de vagas, e 150 tentaram a oportunidade. Segundo os motoristas, o pagamento é de R$28 por hora, e a previsão de trabalho é de 10 a 12 horas por dia.

Ao final da contratação, a Prefeitura irá higienizar os veículos usados para o transporte de corpos.

“Além desses, [foram alugados] mais 4 veículos de passeio para transporte dos agentes funerários. Com essa medida, o Serviço Funerário, que atualmente conta com 45 veículos, dobra o número de carros”, informou a Prefeitura em nota.

Com o aumento dos enterros, a Prefeitura de São Paulo estendeu os horários dos sepultamentos em quatro cemitérios: Vila Formosa e Vila Alpina, ambos na Zona Leste; o São Luiz, na Zona Sul; e o Vila Nova Cachoeirinha, na Zona Norte. Os enterros que antes eram realizados das 7h às 18h agora ocorrem das 7h às 22h.

A capital teve um aumento de quase 30% nos enterros. Os sepultamentos noturnos fazem parte do Plano de Contingência do Serviço Funerário.

Sobre a segurança de quem vai trabalhar com o transporte de cadáveres, houve um acordo com a empresa. “O que foi acordado na sexta-feira pra gente é que o equipamento de proteção, já foi solicitado o uniforme, a bonita, as luvas, pro transportador e pro ajudante”.

Anderson Malafaia, presidente da UGTESP (União Geral do Transporte Escolar de São Paulo), acredita que a categoria está sendo explorada pela empresa. Segundo a associação, entre as condições oferecidas pela empresa está o pagamento de até R$ 28 por hora trabalhada, podendo chegar até o período máximo de 10 horas.

Fonte: G1 SP