Piloto sobrevoa cemitério por quase 1 hora para se despedir do pai

Hilton Ramos morreu decorrente a uma doença degenerativa. Ele trabalhou por cerca de 35 anos como aeroviário.

Foi do céu de Campo Grande que o piloto Gabriel Peixoto dos Santos, de 27 anos, decidiu se despedir do pai que morreu decorrente a uma doença degenerativa. No comando de um avião, o jovem sobrevoou na última sexta-feira (5) por quase uma hora o cemitério Jardim das Palmeiras, no bairro Seminário, onde o corpo do pai foi cremado. (Assista o vídeo acima).

Ao G1, Gabriel contou que desde o falecimento do pai, decidiu que não participaria da despedida. Durante o período em que o óbito foi confirmado, o jovem pensou em homenagear Hilton Ramos dos Santos e foi por meio da aviação, paixão de pai e filho, que surgiu o último adeus. Com a namorada, um amigo e o comandante oficial do avião, colocou o plano em prática.

“Com ajuda de um amigo consegui prestar esta singela homenagem a ele. Sobrevoamos o local por quase uma hora. Em determinado momento um pouco mais baixo e também em círculo, tudo foi feito em segurança e autorizado pelos órgãos competentes. Ali do céu era o lugar que ele mais gostava”, relembra.

Segundo Gabriel, o pai que trabalhou por cerca de 35 anos como aeroviário, sendo boa parte desse período no Aeroporto Internacional de Campo Grande, nos últimos 3 anos, foi diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica.

“Ele foi um guerreiro até o último minuto em vida. Ele faleceu em casa e tive a oportunidade de ter esses momentos finais com ele”, explicou ao G1.

Peixoto conta que herdou do pai a paixão pelo mundo da aviação e acredita que ele ficou orgulhoso com a homenagem feita das alturas. O jovem ainda relembra que durante o voo, momentos marcantes ao lado do pai, que foi a sua principal inspiração para a formação de piloto, tornou o sobrevoou ainda mais especial.

“Acredito que ele deva estar orgulhoso. Com dever cumprido, ele fez tudo por nossa família e nessa última despedida, eu fiz tudo que estava ao meu alcance para retribuir um pouco de tudo que ele fez”, relembra.

Outra paixão que pai e filho tinham em comum é o futebol. O Botafogo, time de coração dos dois, também fez parte na história da despedida: “Meu pai é carioca e decidi colocar a camiseta do clube para a homenagem ficam completa. Tenho certeza que ele gostou e está orgulhoso da família que ele construiu”, finaliza.

Fonte: G1 MS