Antes das 7h da manhã, a movimentação no cemitério e crematório Morada da Paz, em Emaús, já era intensa neste 2 de novembro – Dia de Finados. A programação religiosa começou às 8h, com missa do Monsenhor Lucas Batista.
Mais de 15 mil pessoas compareceram ao cemitérios do Grupo Vila naquele dia. “A morte nos renova para a vida após a ressurreição, esse é o significado desse dia de lembranças”, declarou o Monsenhor Lucas.
A aposentada Lindalva Medeiros, 76 anos, sempre faz questão de visitar o jazigo do pai, da mãe e de uma irmã. “Muito bom podermos ter esse momento para amenizar a saudade. Para mim, esse dia proporciona um encontro espiritual com eles”, explica.
Enquanto prestava homenagens, ela pediu a música “Utopia” do Padre Zezinho ao saxofonista Joedson Silva, um dos músicos que estão entoando músicas instrumentais pelas quadra do Morada da Paz ao longo do dia. “Muito obrigada por esse momento, vocês não sabem o quanto foi significante para mim relembrar a música preferida do meu pai”, emocionou-se.
Além das missas, a programação contou também com palestra espírita e culto evangélico. A última celebração católica do dia foi a missa do arcebispo de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha em concelebração com o cônego José Mário, a partir das 16h.
Outro ponto da programação foi a simulação da cerimônia de cremação, para que as pessoas possam ter a oportunidade de conhecer esse tipo de despedida, que conta com recursos de projeção mapeada de forma inédita no Brasil, com o objetivo de tornar o momento memorável para familiares e amigos.
A projeção mapeada possibilita projetar em superfícies irregulares imagens, nesse caso, subjetivas, que criam um ambiente de conforto. Pelo grau de envolvimento que possibilita, o recurso audiovisual consegue gerar conforto e emoção no momento da homenagem que apenas palavras não conseguiriam alcançar. No segmento de serviços funerários, o Grupo Vila é a primeira empresa a utilizar projeção mapeada desta forma no Brasil, lançada no Morada em 2017.
Exposição Cores da Memória – As mesmas pinceladas que extravasam a dor do vazio transmitem a leveza da arte. As telas são fruto da oficina “Cores da Memória”, realizada aos sábados de setembro e outubro, sempre após a missa no Morada da Paz, em Emaús. Ao todo, foram mais de dez aulas que contribuíram no processo de superação do luto e ressignificação dos sentimentos. A exposição, que conta com mais de vinte telas, aconteceu ao longo do dia 02/11
O responsável por ministrar a oficina é o artista Paulo César Gonçalves, conhecido como Rhasec. Ele é professor de Artes, graduado pela UFRN e especialista em Artes Plásticas e desenho. No Morada Paz, Rhasec possui telas expostas e esculturas. “Durante as aulas, não me preocupava somente em transmitir as técnicas corretas. Mas, em deixar os participantes à vontade para se expressarem e entenderem como cada traço novo marcado na tela contribui para o processo de alívio”, comenta.
Chá da Saudade – Outra ação que ganhou destaque foi o Chá da Saudade, uma iniciativa do Grupo Vila que acolhe pessoas em luto na tentativa de amenizar o sentimento de dor. O projeto é realizado pelo Serviço de Psicologia do Luto e oferecido aos clientes que têm parentes sepultados nos cemitérios Morada da Paz, em Emaús. As inscrições estarão abertas para novos interessados.
Luto infantil – Pelo segundo ano consecutivo, o Morada da Paz apresentou o projeto Turma do Vilinha, que tem a proposta de fornecer informações aos adultos e desmitificar o debate a respeito do luto infantil, valorizando ações que favorecem a expressão dos sentimentos na infância.
Para ajudar as famílias frente ao luto infantil, a programação contou com um espaço onde as pessoas foram recebidas por uma equipe de psicologia do luto, com apresentação de jogos interativos e entrega da cartilha da Turma do Vilinha.
Campanha “Pelo que você é grato” – Durante todo o dia, o público também participou da campanha “Pelo que você é grato”, convidando todos a serem gratos por todos os momentos e aprendizados que tiveram com o ente querido, com alguém que o tenha ajudado no momento difícil da despedida, ou pelo quer que seja.