Segundo o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), o número de pessoas que morreram sem conseguir internação para tratar a Covid19 cresceu 36,5% em apenas um dia. “Está se caracterizando um certo colapso das possibilidades de atender”, afirmou nas redes sociais, atualizando que a quantidade de sepultamentos mais que triplicou em meio à pandemia: em períodos sazonais de gripe, o principal cemitério da cidade tem demanda diária entre 20 e 35 enterros. “Um dia, bateu em 66, depois 88, em 20/04, 121 e em 21/04, foram 106.” Com o aumento, o sistema funerário está sobrecarregado e, para lidar com a situação, foi criado um comitê de crise para óbitos. No cemitério Parque Tarumã, na zona norte de Manaus, enterros já ocorrem em valas coletivas.
O Sistema de Saúde também está no limite. Em todo o Amazonas, o índice de ocupação hospitalar varia de 95% a 97%.
Amazonas é o estado com maior número de mortos e infectados por 1 milhão de habitantes. O coeficiente chegou a 521, enquanto a média gira em torno de 180. Em relação aos óbitos, o índice é de 45, nove vezes superior à média nacional. Manaus também lidera o ranking entre as capitais, com coeficiente de mortalidade em 72.
No Pará, 97% dos leitos de UTI estão ocupados, e, na capital, não há mais vagas.
O cenário atual do Amazonas e do Pará serve como alerta a outros estados, que já estão próximos ou chegaram à capacidade máxima no Sistema Único de Saúde (SUS). Casos de São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco e Ceará, as outras quatro unidades que lideram o ranking de infecções no Brasil. Em todos, o número de pessoas que perderam a vida para a doença passa de 200.
Fonte: Correio Braziliense