Devemos ser uma das únicas categorias profissionais que não apenas evita, como também pouco esta preparada para falar do cerne da sua atividade. Daquele elemento que é o fator original de todos os acontecimentos e que culmina com a razão da sua existência laboral: a tão estigmatizada “MORTE”.
Conheço pessoalmente milhares de Diretores Funerários, mas os que conseguem falar com naturalidade sobre o tema não chegam a 100. Falar de Morte com propriedade, respeito, conhecimento e princialmente sensibilidade requer muito mais que experiencia profissional e administrativa, qualidades comuns e presente em todos os profissionais, mas que, por si só, não os habilitam a falar da Morte.
Abordar este tema requer uma percepção da sua própria existência muito apurada e a capacidade de compreender o poder, o limite e o sentido das palavras para cada situação e momento. Não basta querer falar de morte, muitos nunca atingirão uma performance adequada – não sem antes eles próprios a compreenderem – e isto requer um desprendimento que vai além dos afazeres de um empresario funerário., tão comum hoje no setor. É preciso ser um Funerário Vivencial, que eu defino como o funerário que aprendeu pela vivencia, com o sofrimento do seu semelhante, a superar suas dificuldades e auxiliar o seu próximo.
- Falar de funeral não é a mesma coisa que falar de MORTE, da mesma forma que ser um empresario funerário não é a mesma coisa que ser um Funerário Vivencial, não existe nada de errado em ser um, ou o outro, ou os dois, é só uma questão de opção de vida antes da morte.