As Famílias estão tendo que enterrar parentes por falta de coveiro na cidade de Riacho dos Cavalos, PB
Franciberto Carneiro relata que teve que fazer o sepultamento da própria mãe, Elizabete Vieira Carneiro, que morreu de Covid-19 no dia 1º de junho, com a ajuda de funcionários da funerária, por falta de coveiros no cemitério de Riacho Dos Cavalos, na Paraíba. O pior é que este não é o primeiro caso.
Segundo Franciberto, ao chegar com o corpo no cemitério, encontrou a cova aberta, mas nenhum coveiro ou pessoal de apoio que estivesse devidamente vestido para fazer o sepultamento de sua mãe, que morreu por conta da Covid-19.
“O que aconteceu com a gente não é para acontecer com ningúem não (…) a pessoa tem medo de ir e se infectar também, mas desse jeito, fui obrigado. Eu não ia deixar minha mãe, o corpo da minha mãe, do lado de fora, esperando no cemitério para outra pessoa vir enterrar. Eu preferia morrer do que deixar acontecer um negócio desse com minha mãe. Por isso que eu fui enterrar ela”, relatou Franciberto.
Com isso, ele enterrou com a ajuda dos funcionários da funerária, que haviam buscado o corpo na cidade de Pombal, onde sua mãe estava internada.
Mais um caso – A família de Manoel Pinheiro da Silva, de 78 anos, teve que enterrar o parente sem o auxílio de um coveiro e sem os equipamentos de proteção individual necessários, na cidade de Riacho dos Cavalos, no Alto Sertão da Paraíba. Além de tirar do carro da funerária, eles tiveram que levar o caixão até o local do enterro, colocá-lo na cova e enterrá-lo.
A Secretária de Saúde de Riacho dos Cavalos disse que vai procurar o coveiro da cidade para saber o que aconteceu e também vai acionar a assessoria jurídica do município, para somente depois falar sobre o caso.
Manoel morreu no domingo (7), após passar vários dias internado. A família providenciou que uma funerária fosse pegar o corpo no Hospital de Pombal, onde ele estava. Ao contrário do novo caso, não havia coveiro ou pessoal de apoio no cemitério para tirar o corpo do carro da funerária e levar para a cova.
A família informou que pagou R$ 50 para uma pessoa abrir a cova. Foram os sobrinhos de Manoel que carregaram o caixão, usando apenas luvas como equipamento de proteção.
Fonte: G1 PB00