Grande e imponentes, os Cruzeiros são as enormes cruzes construídas nos cemitérios. Costumam ficar em região estratégica, normalmente na parte central, e dividem os quadrantes do local. Medem pelo menos 2 metros de altura e, por serem vistosos e conhecidos, servem de referência aos visitantes – que frequentemente se perdem na imensidão dos cemitérios, sobretudo no Dia de Finados, celebrado em 2 de novembro.
Em muitos locais, já nas primeiras horas do Dia de Finados, as cruzes começam a ser tomadas pela fuligem e escurecem, já que a tradição cristã ensina a acender velas e realizar preces em homenagens aos entes queridos falecidos. O Cruzeiro é, portanto, mais que um ponto de referência – é um local de aglomeração motivada pela fé, saudade e respeito a quem já partiu.
Orações conectadas – Na crença popular, as grandes cruzes estariam conectadas ao plano espiritual, como se fossem portais por onde passam as orações, a luz e também a saudade. Assim, as preces e velas acendidas no local sagrado, em memória dos falecidos, seriam recebidas de igual forma caso os viventes não estejam onde mortos foram enterrados.
Em outra perspectiva cristã, os Cruzeiros ganham importância ainda maior. Para a umbanda, os cemitérios são chamados de “Campo Santo”, um território sagrado no qual, assim como para a maioria católica, repousam os restos mortais dos desencarnados.
Sob a ótica umbandista, portanto, as grandes cruzes dos campos santos são o Cruzeiro da Alma. Além do ritual de acendimento de velas e proferimento de preces aos desencarnados, o espaço guarda grande força espiritual. Nele, trabalhariam as 13 Almas Benditas, que auxiliam os espíritos na busca pela estrada divina.
No Dia de Finados, a crença umbandista defende que o plano da espiritualidade é aberto para que os falecidos visitem os encarnados.
Fonte: Midiamax