Comemorada na quinta-feira (15/07), data convoca os homens a refletirem sobre a saúde física e mental
Conscientizar a população masculina sobre os cuidados com a saúde física e mental. Esse é o objetivo do Dia do Homem, data comemorada nacionalmente nesta quinta-feira (15). Os estereótipos de masculinidade, do ser forte e infalível, tendem a afetar o comportamento dos homens em relação as suas emoções, frente a situações de perda, como explica a especialista do luto, Mariana Simonetti.
“A expectativa que a sociedade coloca de que o homem precisa ser forte a todo tempo é danosa. Para atender essas expectativas no processo do luto, eles podem acabar segurando alguns sentimentos que poderiam ser colocados para fora, tornando o momento ainda mais difícil e trazendo mais sofrimento”, afirma.
Os processos de perda e luto independem de gênero. Como na morte de um filho, pai e mãe sofrem cada um ao seu modo. A expectativa apontada é aquela que promove pensamentos como “só uma mãe sabe a dor de perder um filho”, o que, muitas vezes, invalida a dor dos homens, levando-os a esconder sentimentos.
Mariana Simonetti, que lida diariamente com o assunto no Serviço de Psicologia do Luto do cemitério e crematório Morada da Paz no Rio Grande do Norte, conta como essa possível ausência de expressão do sentimento se torna um problema. “No luto, independente de gênero, todas as pessoas precisam entender que é um processo em que o sofrimento é natural e, quando acharem necessário, deem vazão aos sentimentos e não fiquem tentando, como muitos homens, segurar ‘porque preciso ser forte’ ou ‘ninguém pode ver que estou sofrendo’. A sensação do ‘sentimento não autorizado’ prejudica muito a naturalização de que o luto precisa para que seja passado de uma forma saudável”, complementa.
Ainda segundo a especialista em luto, refletir sobre como lidar melhor com a situação da perda pode ajudar o homem neste contexto. Perguntas como “vai ser melhor ficar mais reservado?”, “conversar com pessoas de confiança pode me ajudar?”, “será que não é importante buscar uma rede de apoio?”, ajudará na tomada de iniciativas para que o sofrimento não evolua para algo prejudicial à saúde.
“Para evitar que esse processo seja um problema, acredito que a primeira coisa é tentar se livrar de responder essas expectativas de ‘homem forte’ e ‘homem é aquele que não chora’. Também é importante se colocar enquanto ser humano, que tem suas potencialidades e suas fragilidades, que vai sofrer sim e passar por alguns processos de sofrimento, pois tudo isso faz parte da vida. Ou seja, dois trabalhos: o de conscientizar a sociedade de desconstruir essas ideias sem fundamentos e do homem em entender o luto como um processo saudável”, orienta a psicóloga Mariana Simonetti.
Fonte: Ideia Comunicação