Cidade mais uma vez atingida pelas chuvas já tem mais de 120 mortes na tragédia, e estima sepultar pelo menos 30 crianças
As chuvas têm castigado vários estados brasileiros nesse início de 2022. Bahia e Minas Gerais passaram por períodos difíceis e viram situações emergências, com mortes inclusive. Mas foi a situação da cidade serrana de Petrópolis, no Rio de Janeiro, em 15 de fevereiro, que desprendeu esforços das empresas funerárias da região.
Um forte temporal concentrou em apenas 6 horas todo o volume de chuvas previstos para o mês inteiro. De acordo com a Defesa Civil foi a maior tempestade da história da cidade, desde o início dos registros, iniciados em 1952.
Desmoronamentos, inundações, carros arrastados e um saldo inicial de 130 mortos e 220 desaparecidos compõem o cenário atual da tragédia.
Como sempre, as empresas funerárias daquela região se puseram a postos, preparadas para minimizar a terrível dor que assolou a população. Mas os imprevistos começaram com o grande número de urnas infantis necessárias para a situação – pelo menos 40, na estimativa das autoridades.
Em geral os estoques de urnas infantis nas funerárias são pequenos. “É um número tocante. Quando ouvi a demanda por urnas infantis fiquei ainda mais pesaroso”, disse o presidente da ABREDIF, Lourival Panhozzi.
A ABREDIF esteve em contato com as empresas fluminenses para apoio e retaguarda e se mobilizou para a doação de urnas.
Em menos de 24 horas a Associação Brasileira de Empresas e Diretores do Setor Funerário levantou 136 urnas e as entregou em Petrópolis. Até mesmo a empresa responsável pelo transporte – Phenix Transportadora – atuou de maneira solidária – sem custos.
“Todos nós sofremos perdas individuais, mas existem momentos que perdemos juntos. Quando amigos do Rio relataram a dimensão da situação, resolvemos, como Entidade, enviar uma carreta de urnas como doação para que as famílias possam, pelo menos, sepultar seus entes queridos com dignidade”, afirmou Panhozzi.
Apesar do resgate de mais de 125 mortos, três dias depois da tragédia penas 57 corpos foram identificados. As funerárias, trabalham no ritmo dos acontecimentos.
Mobilização recente – A ABREDIF também se mobilizou recentemente para apoiar as empresas funerárias na retaguarda dos óbitos pela Covid-19. O setor se preparou e o Brasil não viu o temido “apagão funerário”, ocorrido em vários países.
Além de urnas enviadas aos locais de maior impacto, a Associação manteve esforços para que não houvesse desabastecimentos de equipamentos de proteção individual, álcool gel e até veículos funerários.