A “privataria” no setor funerário

Privataria é um neologismo que mescla processo de privatização com a pirataria.

É exatamente Isto que vem ocorrendo em nosso setor, debaixo do pretexto de atender orientações das promotoria ou tribunais de contas, muitos prefeitos estão buscando, antes mesmo de iniciar e elaborar o processo legal, “parceiros”, dispostos a com eles formarem grupos de piratas para saquearem os funerários, que por gerações dedicam suas vidas, a arte de atender famílias em luto.

A privataria não poupa ninguém, todos são colocados na prancha, inclusive a sociedade, que passa a receber um serviço distante da qualidade que se habituaram a ter e que perde o direito de preferência, sendo obrigada a entregar seus entes queridos a desconhecidos, não raras vezes desprovidos de qualquer sentimento ou afinidade com a atividade, para estes, beneficiados pela privataria, funeraria é apenas “um negocio”, para nós, funerários da gema, a forma de expressar nosso compromisso para com o TODO.

Que ninguém se engane ou distorça o propósito deste texto, não somos contra a privatização, condenamos é a privataria, se a vontade política fosse realmente beneficiar a população e observar na íntegra a legislação, o modelo adotado para regulamentar o setor funerário adoraria parâmetros e princípios que observassem o mercado, os costumes e tradições, exite uma necessidade de se tratar o a atividade funeraria com responsabilidade e sensibilidade, não é admissível que se use copiar (ctrlC) e colar (ctrlV) de processos de outros segmentos, para elaborar leis que dizem respeito àquilo que para muitos, inclusive para nós, é sagrado: os rituais da morte.

Nossa entidade pode e está disposta a colaborar com os entes públicos na busca de soluções, elas existem, são factíveis e legais, mas raramente somos acionados, não temos perna de pau, nem venda em um dos olhos, quando solicitados levamos informações e propostas que privilegiam a ética, o profissionalismo, a moralidade e a transparência, elementos distantes do interesse daqueles que promovem a rendosa privataria.

Lourival Panhozzi
Presidente da ABREDIF/ SEFESP