Dizem os episcopalianos junto ao túmulo: “e então… não mais”.
No meio da vida estamos na morte.
Minha vida não existe mais, hoje começa uma nova, terei que aprender, a não ter mais ao alcance do meu olhar, quem até ontem me acariciava o viver.
A morte chegou, é um dia normal para ela, se faz sol ou chuva, se é noite ou dia, não importa, ela veio em silêncio e partirá deixando o som do pranto, e então…. não mais, na vida estamos mortos em um ponto, mas não é um ponto final, uma nova história irá nascer no próximo parágrafo, que iniciará um outro capítulo, para que um dia possamos completar e entender: a leitura do conto desta fábula que é o “viver pra sempre”.
Para não se perder no caminho do morrer é preciso que todos observem os ritos da travessia, carregar na bagagem do tempo o “bem querer” ajuda a entender as primeiras horas, justamente aquelas em que se precisa aprender a ouvir com o sentimento da alma e não mais pela mecânica física.
Explicar e contar, o que está acontecendo para aquele, que a partir de então, já não mais está corporeamente entre nós, embrandece o momento, fazendo com que, os dois lados, se harmonizem e juntos se confortem.
Quando o discípulo perguntou para o mestre, como compreender o outro? Recebeu como resposta:
“Não existe o outro, somos uno”, mesmo quando em polos diferentes.
O medo, o pesar, o choro, a saudade, não irão se dissipar totalmente pelos ritos, nem precisam, mas serão suplantados pela serenidade que podemos alcançar, pela mentalização correta de todos os eventos de nossa existência.
Vida longa e morte súbita a todos nós, para que tenhamos tempo, de nos preparar e aprender, que “o que está em cima e como o que está em baixo, e o que está em baixo é como o que está em cima”, e assim, quem sabe, conseguir chegar lá, sem passar por todas as agruras físicas e psicológicas, comuns no primeiro dia, do próximo dia, que é a eternidade (Viver pra Sempre).
* Lourival Panhozzi é empresário, Diretor Funerario – Pres. Abredif/Sefesp -, Diretor do CTAF, Sistema Prever e Solucard.