Quase 80 túmulos de um cemitério judaico na cidade de Quatzenheim, leste da França, foram encontrados profanados com símbolos nazistas.
As autoridades locais condenaram o ato como “antissemita odioso”.
A profanação coincidiu com o dia de manifestações para dar um “Basta” ao antissemitismo, em alta no país. Em Paris, a classe política quase em peso participou de um ato na praça da República, para repudiar as agressões e insultos contra judeus. O partido Rassemblement National (Agrupamento Nacional), da líder de extrema-direita Marine Le Pen, não foi convidado.
Além de Paris, onde mais de 20 mil pessoas participaram do ato, manifestações aconteceram em várias cidades. A iniciativa para a convocação de uma “união contra o antissemitismo” na França foi do Partido Socialista. Lançada no dia 14/02/19, rapidamente ganhou a adesão do governo e de quase todas as forças políticas, da extrema-esquerda à direita conservadora.
Os organizadores também queriam a presença de Emmanuel Macron, mas o presidente optou por realizar um ato simbólico. Juntamente com os presidentes da Assembleia Nacional e do Senado, ele visita o Memorial do Holocausto em Paris, 45 minutos antes da manifestação da praça da República para marcar o repúdio dos franceses ao antissemitismo. O presidente também visitou os túmulos judeus vandalizados em Quatzenheim.
Agressões antissemitas em alta
No ano passado, 541 agressões antissemitas foram registradas em toda a França, um aumento de 74% em relação ao ano anterior. No sábado 16, o episódio que envolveu o filósofo e acadêmico Alain Finkielkraut, xingado de “sionista imundo” durante uma manifestação dos coletes amarelos, chocou o país.
Fonte: Carta Capital