Seis em cada dez pessoas responderam que sabem pouco ou nada sobre as últimas horas da vida
O Reino Unido vive de 13 a 19 de maio a Semana de Conscientização dos Assuntos do Morrer e para marcar a ocasião realizou uma pesquisa e deu início a um trabalho de aproximação e popularização do tema.
De acordo com a pesquisa realizada pela Academia de Ciências Médicas da Inglaterra a maior preocupação é com o sofrimento dos entes queridos ou o próprio medo dos minutos finais. Um terço do público optou por não responder as perguntas sobre o fim da vida, sugerindo que o tema continua a ser um tabu.
A Academia de Ciências Médicas trabalhou com uma empresa especializada para entrevistar presencialmente 966 adultos britânicos com mais de 18 anos. Foram apenas 612 respostas.
O Professor Sir Robert Lechler PMedSci, Presidente da Academia disse: “É surpreendente que seis em cada dez pessoas sintam que sabem muito pouco ou nada sobre o que acontece a uma pessoa no final da vida, apesar de metade das pessoas estarem com alguém quando morreram”.
O estudioso reforça ainda que “as pessoas têm a mesma probabilidade de obter informações sobre o que acontece no final da vida com documentários e profissionais da área médica, e quase metade das pessoas confia em conversas com amigos e familiares. Sem dúvida, isso mostra que precisamos fazer mais para dar às pessoas acesso a informações confiáveis sobre o que acontece no final da vida e incentivar conversas sobre o assunto”.
Não saber o que pode acontecer com um ente querido enquanto ele morre pode exacerbar medos nos momentos mais difíceis de nossa vida. Também pode significar que as pessoas lutam para pensar claramente sobre a melhor forma de satisfazer os desejos de um familiar ou amigo moribundo.
Desmistificando – A professora Dame Lesley Fallowfield FMedSci, professora de Psicose Oncológica da Universidade de Sussex, disse: “TV e filmes raramente mostram mortes ‘normais’. Para muitos indivíduos, a morte é um evento suave, pacífico e sem dor. Embora lamentar a perda de entes queridos possa ser um processo difícil, algumas pessoas falam sobre a morte de sua amada como tendo sido uma experiência positiva. Precisamos desmistificar a morte e falar mais sobre ela ”.
A maior preocupação para os membros do público sobre estar com alguém no momento da morte é se a pessoa sente dor ou medo.
A Academia Britânica inaugurou na semana passada um Departamento com espaço atraente e estimulante, onde o público pode aprender mais sobre o fim da vida. A conversa será expandida nacionalmente por meio de um novo website para abrir o diálogo público e capacitar pessoas a falarem sobre o assunto, e de uma campanha digital. Além de 30 versões menores do Departamento “conceito”, que serão instalados em todo o Reino Unido.