Os rituais funerários mais elaborados e que oferecem mais tempo para que familiares e amigos se despeçam dos entes queridos que se foram estão cada vez mais em moda.
Por um tempo, a praticidade da vida moderna levou a um movimento em que até os funerais eram rápidos e impessoais – no Japão há até funeral delivery, onde você nem precisa descer do carro para fazer uma prece pelo morto. Porém, como na alimentação e outros segmentos de nossa vida cotidiana, as despedidas fúnebres voltaram ao chamado “slow motion” e resgata-se práticas mais tradicionais.
Veja os funerais mais assistidos da história moderna e inspire-se:
1.Victor Hugo (2 milhões de pessoas) – Victor Hugo morreu em 22 de maio de 1885, aos 83 anos, devido uma pneumonia e gerou intensa reação popular. Em luto, mais de dois milhões de franceses prestaram suas homenagens públicas àquele que foi não apenas um excelente escritor, mas também um relevante político responsável pela Terceira República. A procissão fúnebre ocorreu do Arco do Triunfo, no coração de Paris, até no Panteão, onde ele foi sepultado.
Ayrton Senna (3 milhões) – O campeão brasileiro da Fórmula 1 morreu em 1 de maio de 1994, após um acidente na pista durante o Grande Prêmio de San Marino, na Itália. Maior esportista brasileiro da época, sua morte foi considerada tragédia nacional e o governo declarou três dias de luto. Seu funeral foi transmitido ao vivo pela televisão enquanto cerca de três milhões de fãs fizeram uma linha nas ruas de São Paulo na mais ampla cerimônia de luto dos tempos modernos.
Umm Kulthum (4 milhões) – Uma das mais relevantes cantoras do Egito, Kulthum também foi estrela de cinema com fama internacional entre as décadas de 1910 e 1970, conhecida como Estrela do Oriente. Em fevereiro de 1975, ela morreu aos 76 anos e seu enterro foi tratado como evento nacional, em que mais de quatro milhões de egípcios tomaram as ruas para assistir ao seu cortejo fúnebre. Este foi o evento mais agitado do país desde a morte do presidente Gamal Nasser, em 1970.
Gamal Abdel Nasser (5 milhões) – Após o anúncio da morte de Nasser na Egito, o mundo árabe entrou em estado de pânico. No dia 1º de outubro de 1970, Cairo foi tomada pela multidão que queria prestar suas últimas homenagens ao maior líder árabe da época e pelo menos cinco milhões de cidadãos egípcios acompanharam seu cortejo, de mais de 10 km. Seu caixão, encoberto pela bandeira nacional, foi puxado por uma carruagem até a antiga sede do Conselho do Comando Revolucionário, acompanhado de uma cerimônia militar. Com exceção da Arábia Saudita, todos os líderes árabes compareceram.
Ruhollah Khomeini (10 milhões) – O famoso aiatolá iraniano foi um líder muçulmano xiita que fundou a República Islâmica do Irã após um processo revolucionário iniciado em 1979. Em 1989, o líder sofreu cinco ataques cardíacos em dez dias, sendo que o último resultou em sua morte. Seu enterro foi acompanhado por um sexto da população do país, que seguiu caminhando pelos 32 km de cortejo até o cemitério Behesht-e-Zahra de Teerã, onde Khomeini foi enterrado. Apesar da dimensão da reação popular, as agências de mídia ocidentais reportaram a presença de apenas dois milhões de iranianos no sepultamento.
Conjeevaram Annadurai (15 milhões) – ou apenas Anna (“irmão mais velho”) foi um importante político indiano, ministro-chefe do estado sul-indiano de Tamil Nadu nos anos 1960. Devido um câncer causado pelo tabaco que mascava, morreu em 3 de fevereiro de 1969 e seu enterro entrou para o Guinness Book of Records (mais conhecido como livro dos records) da época por ter o maior número de expectadores já registrado: 15 milhões de pessoas. Foi enterrado no norte de Marina Beach, local hoje conhecido como Anna Memorial.
Papa Shenouda III (20 milhões) – Shenouda III de Alexandria foi o papa de número 117 da Igreja Ortodoxa, Patriarca da Sé de São Marcos. Morreu em 2012 (ou 1728 segundo o calendário copta) por complicações pulmonares, na residência oficial do episcopado. Na primeira noite do ocorrido, mais de um milhão de seguidores tentaram visitar o corpo na Catedral de São Marcos, gerando grande engarrafamento na cidade do Cairo. Nos momentos seguintes, a catedral copta foi ocupada por uma multidão que, ao todo, somou mais de 15 milhões de fiéis, reunidos na Praça da Catedral para prestar homenagens. Uma fila quilométrica foi feita para ver pela última vez o rosto do papa.
Fonte: As Aventuras da História