Aos 93 anos, uma mulher conhecida como “Dona Caluzinha” tinha sido dada como morta por um hospital, mas um dos presentes notou que ela tinha temperatura corporal estranhamente alta
A família da mulher de 93 anos, foi pega de surpresa durante o velório dela na cidade de Guiratinga, interior do Mato Grosso. Depois de oito horas de cerimônia, um dos presentes notou que dona Caluzinha, como é conhecida na região, estava com a temperatura corporal mais alta do que o comum e um médico foi chamado.
Com sinais vitais constatados, a idosa foi encaminhada ao Hospital Municipal Oswaldo Cruz. Apesar de tudo, logo depois ela foi novamente dada como morta pela unidade de saúde e sepultada no dia seguinte. A história se espalhou pela região através do perfil do ator e comediante Ataíde Arco Verde, que mora na cidade.
“Oito horas depois do velório rolando, dona Caluzinha está quente. Aí alguém olha para dona Caluzinha, eis que ela abre o olho e dá uma piscada. Bom, nem preciso falar para vocês, a metade correu do velório e a metade correu para ver se dona Caluzinha estava mesmo viva”, contou.
Uma equipe médica teria feito manobras de ressuscitação no corpo, mas não conseguiu fazer com que ela recobrasse a consciência.
A idosa sofria de Alzheimer há cerca de 20 anos e tinha a saúde debilitada, mas era muito querida pela família e pela comunidade.
Os familiares lamentaram o fato de a idosa ter sido preparada para o enterro, com chumaços de algodão introduzidos no nariz e na boca. Segundo eles, o socorro talvez pudesse ter funcionado, caso os procedimentos não tivessem sido feitos.
Caso raro – Ainda que não se tenha certeza sobre o diagnóstico da idosa, uma condição clínica chamada catalepsia pode levar a uma falsa morte. Neste caso, os sinais vitais são bastante reduzidos, a pessoa fica paralisada, os músculos enrijecidos e sem a maioria dos reflexos.
O surto em geral, dura até dez minutos, mas pode chegar a horas ou dias. A prevalência na população é de 2,4% e, normalmente, está associado a doenças do sono (narcolepsia), e outros quadros clínicos como epilepsia e transtornos psiquiátricos graves.
Mesmo assim, o mais comum é que ocorram erros na presunção da morte. Como no caso de uma idosa de 75 anos que acordou minutos antes da própria cremação na Índia. Ela desmaiou a caminho do hospital e foi encaminhada direto para o serviço funerário, sem uma avaliação mais minuciosa.
Em Guiratinga, os relatos dão conta de que trabalhadores da funerária chegaram a notar movimentos leves em dona Caluzinha, mas atribuíram a percepção aos espasmos que podem ocorrer em cadáveres algumas horas após a morte.
Fonte: Correio Braziliense