Hábitos de solidariedade são capazes de auxiliar no enfrentamento do luto
Para muitos, as comemorações de Natal e Ano Novo afloram o sentimento de saudade e luto. Nesse sentido, o exercício da solidariedade para com o próximo pode ser uma saída, ressignificando o sentido da vida. Segundo a psicóloga do Grupo Vila, Mariana Simonetti, essas datas são bem marcantes, pois dão a ideia de confraternização e de que as pessoas precisam estar juntas. “Para as famílias que perderam recentemente um ente querido, é comum que a falta da pessoa fique mais evidente nesses momentos”, explica. Por isso, o período acaba contribuindo para deixar a sensação de luto maior, porque a falta da pessoa que se foi fica ainda mais destacada.
Além disso, a especialista comenta que por ser um processo muito individual, o luto nem sempre acontece da mesma forma para todo mundo. “Mesmo que o luto se manifeste de diferentes formas em cada pessoa, é comum que as datas comemorativas atuem como gatilho para deixar o clima de melancolia por conta do significado que elas trazem”, sinaliza Mariana Simonetti.
De acordo com a psicóloga, em muitos casos, a morte daquele companheiro ou amigo faz com que a pessoa tenha sua vida abalada, pois muitos planos costumavam considerar a participação do falecido. É nesse sentido que uma atividade voltada para o social pode ajudar essa vida a voltar aos eixos. “Na maioria dos casos, um trabalho social pode apontar um novo sentido para a vida da pessoa. Um novo encontro que proporciona renascimento”, revela a psicóloga Mariana Simonetti.
Entretanto, conforme explica Mariana, é necessário que a iniciativa venha da própria pessoa, para que o trabalho social não se transforme em um transtorno. “As pessoas que encaram a atividade de solidariedade muito mais como obrigação que como engajamento social e que não se interessam muito pela causa, podem inclusive ter seu processo de luto atrapalhado”, destaca a especialista.
Algumas pessoas, por exemplo, optam por uma atividade social que tenha a ver com a causa da morte de seu ente querido. “Às vezes, o motivo da perda funciona para impulsionar o enlutado a escolher essa ou outra atividade solidária. O que precisamos fazer, tanto no engajamento como na escolha da causa, é deixar a pessoa à vontade”, declara Mariana Simonetti. “Havendo abertura para isso, podemos dar uma sugestão de atividade, além de ficarmos abertos para ouvir a pessoa”, alerta a psicóloga.
Fonte: Ideia Comunicação / Mariana Pinto e Marina Lino