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Dia do Trabalho: conheça uma profissão invisível pela sociedade

Saiba como atua o tanatopraxista, profissional que prepara os falecidos para velórios

O Dia do Trabalho ou Dia do Trabalhador é celebrado em 1° de maio (próximo sábado) em todo o mundo para comemorar as conquistas dos direitos trabalhistas ao longo dos anos. Historicamente, algumas profissões são quase “imperceptíveis” e não recebem o devido reconhecimento social. Mas em momentos difíceis na vida das pessoas, como o falecimento de entes queridos, a atividade profissional exercida por Sandra Eliezer, 43 anos, que é tanatopraxista, ganha sua importância, embora seja invisibilizada pela sociedade. Ela faz parte da equipe de tanatopraxia do Cemitério, Crematório e Funerária Morada da Paz, situado em Paulista, no Grande Recife, e vinculado ao Grupo Morada.

São os tanatopraxistas, os profissionais responsáveis por preparar os falecidos, deixando-os com uma aparência familiar para os enlutados durante o velório. Sandra explica que uma preparação básica envolve apenas a arrumação do falecido e ornamentação da urna (caixão). Mas se a família do ente querido solicitar pode ser feita uma maquiagem, arrumação e pintura do cabelo, corte e pintura das unhas, além da depilação do buço. No caso dos homens, ainda pode ser feita a barba e o bigode. “Em muitos casos, os parentes nos enviam uma foto do falecido para a gente ver como é o cabelo, a maquiagem e o estilo da barba. Fazemos o máximo para deixá-lo com o visual mais natural possível, sempre de acordo com o que a família pede”, afirma.

Para cada atendimento, o trabalho básico realizado leva em torno de uma hora e meia a duas horas. Por dia, dependendo das circunstâncias, podem ser realizados cerca de seis atendimentos por profissional. Todos os membros da equipe trabalham utilizando equipamentos de proteção (EPIs). “Nós usamos os equipamentos porque é necessário para a nossa segurança. Trata-se de um serviço no qual nos expomos, por exemplo, em casos de falecimento por doenças infecto contagiosas, como agora na pandemia da Covid-19. O fardamento necessário para o procedimento abrange o uso de luvas, máscara, bota, avental, mangote e touca”, fala.

Sandra começou a trabalhar no Morada da Paz no setor de serviços gerais e um ano depois foi convidada para atuar na tanatopraxia. No começo teve muita dificuldade e ficou na dúvida se daria certo atuando na nova função. Cerca de dois meses depois se adaptou bem. E lá se vão 10 anos trabalhando no setor e 15 anos na empresa. “É um serviço de muita responsabilidade. Não podemos falhar em nada. Se um ente querido tinha um bigode e a gente tira sem a família autorizar, isso pode prejudicar o momento de despedida para os enlutados”, conta.

Depois que começou a trabalhar no segmento funerário, Sandra diz que aprendeu várias lições, principalmente na maneira como enxergava a morte. “Logo no começo eu tinha pavor. Hoje eu vejo que a morte é algo natural e faz parte da vida. Mesmo quando a morte chega para algum parente ou amigo, fico abalada, sim, mas não como antes de trabalhar aqui. Hoje é menos impactante. Nos tornamos mais experientes ao ver a realidade da vida e da morte”, destaca. Ela e os demais membros da equipe de tanatopraxia do Morada da Paz trabalham para fazer o melhor para aqueles que ficam. “Gosto de fazer o que faço, sinto-me realizada, principalmente quando os familiares reconhecem quem parte e podem se despedir de maneira apropriada”, finaliza Sandra Eliezer.

Fonte: Kássia Alcântara para Combogó Comunicação & Estratégia

 

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