Secretarias de Saúde e empresas que administram funerárias e cemitérios correm contra o tempo para ampliar a capacidade
Com o salto no número de mortes provocadas pela Covid-19 desde a semana passada, o sistema funerário no Rio ligou o sinal de alerta. A preocupação agora é real não só para o setor, mas também para as autoridades.
Secretarias de Saúde e empresas que administram funerárias e cemitérios correm contra o tempo para ampliar a capacidade e conseguir realizar ao mesmo tempo um número crescente de sepultamentos, e também evitar uma crise sanitária.
Nos cemitérios, a força-tarefa é para a construção de gavetas. Se até uma semana atrás não havia motivo para preocupação, os empresários do setor funerário agora se mobilizam para criar espaços e conseguir enterrar as vítimas do coronavírus.
A concessionária responsável pelos cemitérios de Campo Grande, Irajá, Jacarepaguá, Inhaúma e São João Batista, em Botafogo, abriu cerca de 11 mil gavetas desde o início da pandemia e está construindo outras cinquenta e uma mil. O presidente da Associação Brasileira de Empresas do Setor Funerário, Lourival Panhozzi, afirma que a demanda é crescente, mas garante que não haverá falta de túmulos.
O maior cemitério do estado, o São Francisco Xavier, terá mais 12 mil gavetas, de acordo com a concessionária que administra a unidade localizada no Caju, na Zona Portuária.
Outra preocupação é com a conservação dos corpos ainda nos hospitais. No Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, imagens que circulam pelas redes sociais mostram macas com vítimas que morreram por suspeita de coronavírus enfileiradas do lado de fora do necrotério, aguardando vaga.
Procurada, a Secretaria Municipal de Saúde informa que providenciou um contêiner frigorífico para a unidade, e diz que as imagens são de segunda-feira (27).
Também receberam contêineres para suprir a falta de espaço para corpos nos refrigeradores os hospitais Ronaldo Gazolla, em Acari, na Zona Norte, referência no tratamento da covid-19; Souza Aguiar, no Centro, maior emergência da América Latina; e Evandro Freire, na Ilha do Governador, na Zona Norte.
Hospitais estaduais que lidam exclusivamente com pacientes de coronavírus, como o Instituto Estadual do Cérebro, no Centro do Rio, e o Zilda Arns, em Volta Redonda, no sul do estado, também tiveram os necrotérios reforçados por frigoríficos extras.
Fonte: Band News