Unidade, em Bauru-SP, não conta com necrotério, assim como as UPAs. Equipamento tem sido fundamental por conta do aumento de óbitos
Instalada no Cemitério do Jardim Redentor em abril do ano passado, a câmara fria, antes vista com ressalvas, virou uma retaguarda importante neste estágio crítico da pandemia em Bauru, interior de SP. Como dezenas de pacientes têm morrido no “mini hospital” – junção do Pronto-Socorro Central (PSC) e do Posto Avançado Covid-19 (PAC) – ou nas UPAs da cidade, que não contam com necrotérios, os corpos das pessoas que perdem a batalha contra o coronavírus nestes serviços municipais são levados para lá.
Conforme levantamento feito pelo JC com base nos boletins municipais, 47 bauruenses morreram no “mini hospital” ou nas UPAs desde março último até esta quarta-feira (31). São pessoas com Covid-19 que aguardavam UTIs, mas não conseguiram leitos diante da lotação dos hospitais de Bauru e região (leia mais na página 6).
A câmara fria funciona em uma carroceria de caminhão refrigerada, que fica no Cemitério do Jardim Redentor e tem capacidade para até 15 urnas grandes. “Nós usamos sempre que algum paciente das UPAs ou do ‘mini hospital’ morre e precisamos aguardar os trâmites funerários, que levam, em média, 24 horas”, explica o titular da Secretaria Municipal da Saúde, o médico Orlando Costa Dias, garantindo que o espaço nunca atingiu sua capacidade máxima.
LACRADAS – A câmara abriga tanto corpos de pacientes diagnosticados com Covid-19 quanto vítimas de outras doenças. No caso dos mortos pelo novo coronavírus, as urnas são lacradas hermeticamente.
Apesar de a média dos trâmites funerários ser de 24 horas, em alguns casos, como o de pessoas obesas e que necessitam de uma urna especial, o procedimento pode demorar até dois dias.
Fonte: Jornal da Cidade