A verdade da tanatopraxia no Brasil.
Não preciso me estender relatando o quanto valorizo a tanatopraxia como uma arte e técnica, que deve ser exercida excludivamente por um profissional funerário qualificado, mas:
Quando introduzi a técnica no Brasil, montei o primeiro tanatorio e realizei a primeira tanatopraxia, fiquei orgulhoso do feito, as pessoas, naquela época, nem sabiam pronunciar a palavra. Depois quando organizei o primeiro curso me senti realizado. Passado os anos entristeci vendo os rumos que lhe deram, mas agora, percebendo a gravidade da situação atual, estou deveras preocupado com o que está acontecendo. Vejamos:
• Se não bastasse qualquer palhaço que vestindo um avental branco, tenha se auto-intitulado professor de tanatopraxia.
• Ver fornecedor de outros artigos funerários distribuir certificados para quem comprasse seus produtos.
• Saber que tem empresas realizando economia de palito e por r$ 0,20 a menos, usando qualquer produto, ou produto nenhum.
• Descobrir que até mesmo diretores de entidades conspiram contra e promovem, pessoas que no passado recente trabalharam, por uma legislação contrária ao nosso interesse, pior ainda, muitas empresas pagam a este mesmo dr indivíduo, por tanato realizada, para que ele lhes de um visto on line de nenhuma validade. Estão ovacionado traidores do nosso setor, como podem?
É degradante, ver minha categoria profissional aceitar tudo isto, passivamente.
Tudo isto que está acontecendo já bastaria para me deixar careca, se já não fosse, mas ainda tem mais:
* as mídias eletrônicas não param de postar material inadequados sobre o tema,
* pessoas de índole duvidosas estão montando laboratórios independentes,
* grupos estão se constituindo para falar de tanatopraxia de uma maneira totalmente equivocada e já falam em até regulamentar a atividade da forma que eles entendem e querem.
Salve-me Deus.
A arte da tanatopraxia não pode acabar assim.
Setor Funerário, acorda, acorda rápido. Este redemoinho de fogo que entramos, o do individualismo, nos levará para o fundo, muitos quando chegarem lá estarão com os bolsos cheios, sendo como são, mas não irão ver a luz.
Eu preciso de luz. E você?
Lourival Panhozzi
Presidente da Abredif/Sefesp