A atividade funerária tem o mesmo significado para todos que nela atuam?
Sem qualquer julgamento de valor podemos afirmar que não.
O significado da atividade para aquele que tem contato com o corpo dos que se adiantam de nós, com seus familiares, que vivem e acompanham as transformações que as pessoas experimentam quando entram em uma funerária/velório/cemitério e com elas se identifica, é absolutamente diferente do significado que atividade tem, para aquele que simplesmente investe no setor, ou mesmo, a admistra da sua sala.
É importante que façamos esta pergunta antes de buscarmos respostas ou julgar as diferentes atitudes que temos observados no seio da atividade funerária.
A régua que mede um não é mesma que mede o outro.
Demorou para eu mesmo entender, que o que eu e um grupo sentimos, é totalmente diferente do sentimento de outros grupos, especialmente do grupo de investidores.
Certa vez o Ângelo de Limeira (um amigo querido) me disse que eu era um “Funerário Artesanal”. Hoje eu entendo o carinho e a crítica de suas palavras, tento me encaixar neste tabuleio e conciliar os dois mundos que vivo:
1.Empresario por necessidade/sobrevivência,
2.Funerário como lição/propósito de vida.
O Venerável Mestre Funerário Mário Fernando Berlingieri (Marinho), que também foi um Funerário Artesanal, me ensinou que realizamos um funeral não apenas para os que se adiantam de nós, mas também para aqueles que ficam. Esta simbiosi só consegue sentir, aquele que dá a atividade funerária um propósito muito acima daquele que pode ser anotado no balanço patrimonial da empresa. Saudade de ti Mestre.
Não existe errados nem certos quando se é fiel, leal e transparente aquilo que se é. Vamos só colocar os pingos nos is. Que cada um seja verdadeiro consigo mesmo e com todos, que se apresente sem disfarces na face, nas palavras, que deixe transparecer a significância da atividade funerária na sua vida e na sua empresa.
A vida é uma lição que trazemos para fazer em casa. A funerária, é a minha casa.
Lourival Panhozzi
Diretor Funerário