A dor do outro é a dor de ninguém

A dor do outro é a dor de ninguém

O Brasil da notícia parou ontem e se concentrou em Marielle Franco e Anderson Gomes, e fez certo, o acontecido é inadmissível em uma sociedade cristã, agora, de nada terá valido a comoção nacional, se hoje não fizerem o mesmo pelos desconhecidos que sofrerão a mesma dor.
O fato da sociedade não tratar com a mesma indignação todo ato criminoso, de criar diferenciação entre a morte da vereadora e a do motorista, demonstra que a violência, se transformou muito mais em um “acontecimento político social “, do que é na realidade a sua triste existência.
Lamentável a morte da vereadora, que lutava politicamente por uma condição melhor para os seus pares, está certo toda repercussão que seu assassinato causou, mas está errado não nos indignarmos da mesma maneira, de não haver o mesmo clamor, pela morte de um servente de pedreiro, que luta para sustentar sua família.
Enquanto houver está diferença, nada fará a diferença, enquanto a dor do outro for a dor de ninguém, todos serão culpados.

Tempos líquidos de dores midiáticas, compreender o que estamos vivendo e fazendo, tem que ser o primeiro passo, filtrar os verdadeiros interesses o passo seguinte, o bem comum, a marcha.